Lição 01 - O Livro de Levítico
- Escola Bíblica
- 13 de jan. de 2018
- 10 min de leitura
O ministério sacerdotal levítico e sua relevância para a Igreja
Objetivos da Lição
1 - Mostrar que a lei estabelece condições para o homem ter comunhão com Deus;
2 - Ensinar que a lei contém instruções para todas as áreas da vida humana;
3 - Demonstrar que nada pode impedir os propósitos de Deus.
Texto Áureo
“E chamou o Senhor a Moisés e falou com ele da tenda da congregação, dizendo.”
Lev. 1:1
Textos de Referência
Romanos 7.7-8, 10-12
7 Que diremos, pois? É a lei pecado? De modo nenhum; mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás.
8 Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, obrou em mim toda a concupiscência: porquanto, sem a lei, estava morto o pecado.
10 E o mandamento que era para vida, achei eu que me era para morte.
11 Porque o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, me enganou e, por ele, me matou.
12 E Assim, a lei é santa; e o mandamento, santo, justo e bom.
Introdução
Jesus Cristo veio a este mundo para cumprir toda a vontade de Deus Pai e dar Sua vida como uma oferta agradável ao Senhor. Na oferta da expiação esse ato é tipificado.
Irmãos, precisamos deixar bem claro que no livro de Levítico a palavra "sacrifício" que vem do latim "sacrificium" na TEORIA é sinônimo das palavras : oferta, imolação e oblação.
Na Bíblia sagrada, tanto no Antigo como no Novo Testamento, a idéia de sacrifício esta associada principalmente ao perdão dos pecados.
No Antigo Testamento, o sacrifício era a única maneira de se aproximar de Deus e ter o relacionamento com Ele restaurado. Havia mais de um tipo de oferta ou sacrifício. A variedade de sacrifícios os tornava ainda mais significativos porque cada um estava ainda relacionado a uma situação específica da vida... Os sete primeiros capítulos de Levítico descrevem a variedade de ofertas e como elas deveriam ser feitas. (Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal - Editora CPAD Ed.2015- Pág. 205)
Nos sete primeiros capítulos de Levíticos podemos descrever 5 tipos de ofertas ou sacrifícios, a saber:1) O holocausto ou Oferta Queimada (estudaremos nesta Lição 2 desta semana)2) A oferta de Manjares ou Cereais (Estudaremos na Lição 3)3) A oferta Pacífica (Estudaremos na Lição 4)4) A oferta pelo Pecado (Estudaremos na Lição 5)5) A oferta pela Culpa (Estudaremos na Lição 6)Adicionei esta informação no Slide desta aula, para que o professor possa posicionar o aluno sobre quando cada oferta será abordada neste estudo de Levítico. Ainda podemos sub-dividir estes 5 tipos de ofertas ou sacrifícios em : ofertas expiatórias, ofertas consagratórias e ofertas de comunhão. Sendo assim Na PRÁTICA, alguns teólogos afirmam que todos sacrifícios são ofertas, mas nem todas ofertas são "sacrifícios da expiação" Em Levítico 1 estudamos "Holocausto ou Oferta Queimada" ao qual será abordada nesta lição 2, o título desta lição poderia ser "Holocausto ou Oferta Queimada" como primeiro tipo de oferta a ser estudada por nós, todavia, acredito que o comentarista tenha escolhido o titulo "O sacrifício da expiação" dando ênfase a interpretação sofisticada do Apóstolo Paulo em várias passagens no Novo Testamento, onde Paulo joga uma luz para nós mostrando que as práticas ritualísticas de sacrifícios expiatórios do Antigo Testamento aponta para a crucificação de Cristo (Rm 3:25, 5:9, ICo 10:16, Ef 1:7, 2:13, Cl 1:20, Rm 8:3, 12:1, ICo 5:7, IICo 5:21). 1. Uma oferta voluntária.
Toda pessoa que deseja servir ao Senhor com alegria deve saber e ter por princípio básico a voluntariedade. O que é feito por imposição não agrada a quem oferece e nem ao que recebe. É o que Jesus, o sacrifício perfeito, diz: “Por isso o Pai me ama, Porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar e poder para tornar a tomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai”. (Jo 10.17-18).
O holocausto ou Oferta Queimada é uma das cinco ofertas principais que os israelitas faziam a Deus, conforme registrado em Levítico 1.
Esta oferta era voluntária (veja abaixo no material de apoio que nem todas ofertas são voluntárias), por isso, neste tópico, estimule seu aluno a ofertar e trabalhar na obra de Deus de forma voluntária, não por necessidade, não por alguma imposição maior, não visando algum benefício ou reconhecimento terreno.
Por acaso Deus não saberia diferenciar os intentos do seu coração quando você se dispõe a fazer algo na igreja ? Você faz porque ama à Deus e quer ver a obra de Deus crescer, ou você faz algo na obra com outras motivações ?
Infelizmente muitos estão trabalhando na Igreja ou fazendo qualquer atividade na obra de Deus com motivações erradas, para agradar a homens, para serem vistos por homens, para obter lucros financeiros, para angariar cargos eclesiásticos, nunca se viu tantos lideres sedentos por fama e poder como nestes últimos dias da Igreja na face da terra, denominações outrora unidas em Cristo, sendo divididas em pedaços, um querendo ser maior que o outro. Misericórdia !
A verdadeira motivação do crente não está na fama ou no poder, mas um viver para glorificar a Cristo (Lição 13 - Revista Lições Bíblicas - CPAD - 3T - 2012)
Hoje muitas denominações evangélicas estão padecendo, estão doentes espiritualmente porque são lideradas por homens gananciosos que centraliza a mensagem de Deus no dinheiro como os vendilhões que foram expulsos do Templo por Jesus na base do chicote (João 2:15-16).
O materialismo tem invadido as igrejas, muitos tem sido atraídos pela fama, poder, influência política, reconhecimento na mídia, querem os holofotes ! Essa nunca deve ser nossa motivação quando estamos fazendo algo na obra de Deus. Não fomos chamados para a fama, para o estrelato terreno. Quando a fama sobe à cabeça, a graças de Deus desaparece do coração!
Um dos grandes problemas enfrentados pela igreja evangélica brasileira é o pecado da tietagem. Alguns pastores e cantores são tratados como astros e atores. São pessoas altivas que gostam do sucesso e estão embrigadas pela fama. São pessoas que se sentem importantes demais e acabam colocando o seu ninho entre as estrelas (conforme Obadias 2). Há pastores que gostam desse glamour do sucesso e se perdem nessa tolice ensandecida. (Rev. Hernandez Dias Lopes - IPB).
Faça, trabalhe, dê ofertas para Deus de forma voluntária, espontânea, por vontade própria. Quando for para glorificar à Deus na Igreja, faça isso de forma voluntária e não porque alguém pede no púlpito para você glorificar à Deus. Não faça nada por imposição, Deus não precisa de migalhas ! não faça a obra de Deus relaxadamente, de qualquer maneira, dê o seu melhor na obra de Deus e em tudo que for fazer para Deus, faça com capricho, com amor, com qualidade.
Muitos irmãos estão trabalhando para Jesus no Anonimato, não possuem cargos e nem reconhecimentos humanos, mas sua oferta é voluntária e tem agradado muito à Deus. Passe essa idéia para seu aluno !
1.1. Uma oferta de animal limpo.
Toda oferta que fosse oferecida ao Senhor deveria ser de animais limpos e domésticos e as características dos animais limpos são: unhas fendidas e a ruminação de alimentos (Lv 11.3). A unha fendida dá firmeza para o caminhar e o ruminar exprime o processo natural de digerir interiormente. A vida do salvo neste mundo também assim está relacionada, pois o seu caminhar tem a ver com o seu alimento. O alimento digerido pelo salvo vai servir de formação do seu caráter espiritual e da sua maturidade espiritual. O cristão deve procurar alimento que o ajude a servir a Deus com dignidade, sendo verdadeira testemunha de Cristo, isto é, sendo sal e luz do mundo.
As designações limpo e imundo eram utilizadas para definir os tipos de animais que os israelitas podiam ou não podiam comer. Havia várias razões para esta dieta restritiva:
(1) Garantir a saúde da nação. Em geral, os alimentos proibidos consistiam de animais detritívoros, ou seja, animais que se alimentavam de animais mortos; assim, alimentar-se deles poderia causar doenças.
(2) Distinguir visivelmente Israel de outras nações. O porco, por exemplo, era usado como um sacrifício comum das religiões pagãs.
(3) Evitar associações censuráveis. As criaturas que se movem sobre a terra, por exemplo, eram uma reminiscência de serpentes, que frequentemente simbolizavam o pecado.
(Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal - Editora CPAD Ed.2015- Pág. 217)
1.2. Uma oferta sem mancha.A oferta oferecida para o holocausto não podia ter mancha, isto é, nada que denotasse fraqueza ou imperfeição. A característica do animal a ser oferecido no sacrifício da expiação era a perfeição. Essa exigência de perfeição foi plenamente satisfeita em Jesus Cristo, o homem perfeito imaculado e incontaminado (1Pe 1.19). Ele andou neste mundo de pecado, porém sem pecar. Conviveu com os pecadores, mas não se contaminou. Perdoou pecadores, mas sempre confrontou o pecado. Assim, pode salvar perfeitamente (Hb 7.25).
Sem mancha por duas razões:
1) Deus só aceita o melhor (Ml 1:13).
2) A vitima tipificava Aquele que era sem mancha, sem defeito (Jesus Cristo).
(Livro Estudando o Livro de Levítico e Hebreus - Casa Editora Presbiteriana).
1.3. A mão sobre a cabeça da oferta.
A tradição judaica diz que a mão tinha que ser imposta sobre a cabeça do animal com uma certa pressão. Esse gesto simbolizava que o ofertante estava se identificando com a oferta e transferindo algo de si para o sacrifício. Nesse ato ele estava dizendo para Deus: “Assim como esse animal é entregue inteiramente a Ti, da mesma forma eu me entrego a Ti neste altar onde este animal é oferecido”. Era um reconhecimento de que o animal estava sendo oferecido em seu lugar. Ao colocar a mão sobre a cabeça do animal, o ofertante se tornava participante e não um mero assistente. Pois, afinal, o sangue do animal substituiria o seu. Assim, o ofertante confessava sua condição de pecador rogando por expiação. Hoje, a Igreja do Senhor também não é meramente assistente, mas participante do culto de adoração e da entrega total a Deus.
2. Uma oferta partida.Todo o interior da oferta era exposto ao ser partida, para que tudo fosse mostrado sobre o altar. Foi o que aconteceu com Jesus em Seu desejo intenso de fazer a vontade de Deus e estabelecer os propósitos divinos. Ele nada procurou esconder dos Seus discípulos, mas, como uma oferta partida, nos trouxe a revelação do Pai (Jo 10.30).
2.1. Uma oferta para ser aceita.O adorador buscava ganhar o favor divino: “para que seja aceito por ele” (Lv 1.4). A aceitação do salvo por Deus está fundamentada na obra perfeita do sacrifício de Cristo e na identificação com a oferta. A aplicação desta realidade a Cristo e ao cristão revela uma das mais valiosas verdades, que também é apresentada no Novo Testamento: o cristão se identifica eternamente com Cristo e a sua aceitação em Cristo (1Jo 4.17). Quando o homem não estava em Cristo, ele está em seus pecados e não pode agradar a Deus, mas, estando em Cristo, ele é aceito por Deus.
2.2. Uma oferta esfolada e partida.O ritual dado por Deus a Moisés para os sacerdotes deveria ser observado rigidamente. O animal era degolado, o sangue aspergido à roda do altar diante da porta da congregação e a seguir o animal era esfolado. Esses detalhes são importantes de serem observados, pois nenhum ritual estranho poderia ser acrescentado ao sacrifício. Sempre deveria ser feito o mesmo ritual, sem nenhuma inovação com o passar dos anos. A cerimônia realiza, assim, a intenção do adorador e exclui o uso de rituais e ensinos estranhos e errôneos que anulariam o relacionamento entre Deus e o homem. A oferta era sem mancha e também era mostrado o seu interior, ensinando-nos que Deus vê o exterior e também o interior.
2.3. Uma oferta em ordem.A oferta era partida e colocada em ordem, para que houvesse uma queima mais rápida sobre o altar. Podemos aprender com isso que a ordem será um fundamento na obra de Deus, pois a Palavra nos diz: “faça-se tudo descentemente e com ordem.” (1Co 14.40). A oferta era partida para queimar mais rápido, tipificando o que aconteceria com Jesus na cruz com a Sua morte (Mc 15.44; 1Co 11.24).
A oferta não deveria ser feita de qualquer maneira, havia uma ordem pré-estabelecida, muitos estão acostumados a fazer a obra de Deus de qualquer maneira, todavia, podemos notar que :
A prática de trazer ofertas e sacrifícios nos tempos bíblicos, era cuidadosamente regulamentada. Havia certos tipos de ofertas e ocasiões específicas para trazer uma oferta, restrições quanto ao tipo, à qualidade do animal e ritos prescritos de acordo com o tipo de oferta.
A apresentação de qualquer oferta exigia o cumprimento dos regulamentos prescritos. O proposito desses preceitos era ensinar a nação de Israel que:
1) Deus ordenou as maneiras segundo as quais as pessoas deviam aproximar-se dele;
2) por causa da culpa e do pecado, ninguém pode aproximar-se livremente do Senhor;
3) tudo quanto uma pessoa possui foi recebido do Senhor e, como consequência, ela deve ao Senhor reconhecimento perpétuo pelas suas misericórdias.
3. Uma oferta para apreciação de Deus.
Nessa oferta tudo era oferecido a Deus, assim como Jesus se ofereceu em oferta de cheiro agradável ao Pai com a Sua morte na cruz. Todo o perfume da oferta que Jesus ofereceu foi do agrado do Pai e encheu o Seu coração de gozo. Na cruz, o Filho deu a Sua vida a Deus, a quem, durante o Seu ministério, agradou, por sempre fazer a Sua vontade. Ali, no Calvário, consumou a obra que veio realizar (Jo 19.30). 3.1. Fressura e pernas lavadas.A oferta estava lavada por dentro e por fora (Lv 1.9) e simbolicamente representa Cristo, que é essencialmente puro tanto no interior como exterior. Isso ficou claramente demonstrado durante o Seu ministério terreno para os que com Ele conviveram e tiveram o prazer de ouvi-lo. Os servidores que foram enviados pelos fariseus para prendê-Lo, por exemplo, voltaram admirados após ouvirem o Seu ensino (Jo 7.45-46). A fressura era lavada com água, símbolo da Palavra de Deus, como também as pernas (Lv 1.9), ensinando-nos que o exterior “as pernas” (uma representação da conduta) é conforme a “fressura” (uma representação do caráter). Os membros do corpo obedecem e executam os desígnios do coração. Um coração cheio da Palavra de Deus conduzirá a um testemunho que sempre terá o propósito da glória de Deus. 3.2. Uma oferta que todos podiam oferecer.Havia a opção de se oferecer um bezerro como também de se oferecer rolas ou pombinhos. Quem tivesse uma condição melhor oferecia um bezerro, mas para o de menor poder aquisitivo poderia oferecer um animal de custo menor. Quando Maria e José foram apresentar o menino Jesus no templo, cumprindo a lei de Moisés, levaram a sua oferta (Lc 2.23-24). Eles não tinham condições de oferecer um bezerro, mas nem assim ficaram impedidos de cumprir o que a lei estabelecia. Deus sempre provê meios para que todos possam dEle se aproximar. 3.3. Uma oferta totalmente queimada.A oferta totalmente queimada representava o sacrifício imaculado de Cristo a Deus. Sobre o altar do Calvário, o Cordeiro de Deus foi totalmente consumido pelo fogo da justiça do Senhor. Os sacerdotes podiam preparar tudo para o sacrifício, mas dele não podiam comer, porque era totalmente oferecido ao Senhor, pois Deus era o único e principal objetivo nesse sacrifício (Lv 1.9).
CONCLUSÃO
Como é prazeroso para o salvo ter o entendimento da obra que o Senhor veio fazer e a consumou para o agrado do Pai, e como nos dá também o poder para nos apresentarmos a Deus como uma oferta sobre o Seu altar a cada dia para que esse sacrifício chegue às Suas narinas como cheiro suave.
Bibliografia[1] Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal - CPAD - ARC Biblia de estudo pentecostal, Almeida revista e corrigida, Rio de Janeiro, CPAD Revista EBD Betel Dominical Professor - 1 trimestre 2018, ano 28, número 106 - Editora BetelPAE - Plano de Aula Expositiva - Auxílio EBD

Comments