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Lição 04 - Conhecendo o arrependimento bíblico e frutífero 22 de Outubro de 2017

  • Foto do escritor: Escola Bíblica
    Escola Bíblica
  • 7 de dez. de 2017
  • 9 min de leitura

TEXTO ÁUREO

“Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento.” Mt 3.8

VERDADE APLICADA

O arrependimento vai além de uma confissão. Ele é gerado na alma, exposto em palavras e vivido em atitudes.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

● Apresentar o significado do arrependimento, sua necessidade e os agentes que o acionam;

● Discorrer acerca das três coisas importantes que envolvem o processo do arrependimento;

● Apresentar os frutos do arrependimento, o abandono das práticas antigas e a nova Vida.

GLOSSÁRIO

Empedernidos: Insensíveis;

Obsoleto: Ultrapassado;

Relevância: Destaque, importância.

LEITURAS COMPLEMENTARES

Segunda: Terça:                       Quarta:

Is 59.2                        Jo 14.26                    Rm 7.23-24

Quinta: Sexta:                       Sábado:

Ef 2.8-9                      2Tm 2.15                   1Pe 3.18

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Mt 21.28 - Mas que vos parece? Um homem tinha dois filhos, e, dirigindo-se ao primeiro, disse: Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha.

Mt 21.29 - Ele, porém, respondendo, disse: Não quero. Mas depois, arrependendo-se, foi.

Mt 21.30 - E, dirigindo-se ao segundo, falou-lhe de igual modo; e, respondendo ele, disse: Eu vou, senhor; e não foi.

Mt 21.31 - Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram-lhe eles: O primeiro. Disse-lhes Jesus: Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus.

MOTIVOS DE ORAÇÃO

Ore pelos jovens cristãos, que eles sejam sempre enraizados em Jesus, apesar das pressões de todos os lados.

Introdução

O arrependimento é fundamental no processo da salvação. Ele abrange não somente uma mera tristeza pelo pecado. O arrependimento implica em uma mudança de pensamento, de propósitos e de novas ações. Esse foi o tema central da mensagem de Jesus Cristo (Mt 4.17).

1.         A necessidade do arrependimento

O arrependimento é um assunto de grande relevância, pois por ele viramos as costas para o pecado e nos voltamos para Deus. Precisamos conhecer sua importância, o que significa e como alcançá-lo.

1.1. O arrependimento e seu significado

O termo usado para arrependi- mento é “metanoeo”, e não se restringe apenas a uma mera tristeza pelo pecado, significa uma mudança de pontos de Vista, de pensamento e de propósito (At 2.38; 3.19). O Catecismo de Westminster definiu assim o significado do arrependimento: “arrependimento é a graça salvadora, pela qual o pecador, sentindo verdadeiramente o seu pecado, e lançando mão da misericórdia de Deus em Cristo, e sentindo tristeza por causa do seu pecado e ódio contra ele, abandona-o; e aproxima-se de Deus, fazendo o firme propósito de, daí em diante, ser obediente & Deus” (At 11.18; 20.21). Em suma, o arrependimento faz com que o homem pecador passe a odiar coisas que antes amava e a amar as coisas que outrora odiava (Sl 119.128).

O verdadeiro arrependimento vai resultar em uma mudança de comportamento (Lc 3.8-14; At 3.19). O pecador arrependido se propõe a mudar de vida e voltar-se para Deus; o resultado prático é que ele produz frutos dignos do arrependimento (Mt 3.8). É como um viajante que descobre estar viajando num trem errado. Ao descobrir, ele desce e toma a direção correta. Assim é o arrependimento.

1.2.     Por que necessitamos de arrependimento?

O pecado encerrou todos os seres humanos em uma mesma condição: perdidos (Rm 3.23; 11.32). E a Bíblia revela que Deus manifesta a Sua ira contra a impiedade e injustiça dos homens (Rm 1.18). Era preciso solucionar esse problema. Deus tomou a iniciativa de reconciliar o mundo por intermédio de Jesus Cristo (2Co 5.18). O arrependimento é a reação positiva do homem ao chamado divino à reconciliação. Devemos nos arrepender porque é uma ordenança (At 17.30); porque todos somos pecadores (Rm 3.10); porque estamos separados de Deus (Is 59.2); porque sem arrependimento não seremos salvos (Lc 13.5). O homem não tem o poder de mudar sua própria natureza. Por isso, precisa se arrepender, de forma que sua Vida inteira se converta & Deus.

Ao dizer que o homem é mal, a Bíblia não está fazendo menção acerca de suas boas ou más ações. A Bíblia nos ensina que “todos” são igualmente pecadores perante Deus, e mesmo o melhor e mais bem-sucedido dentre todos necessita também arrepender-se. Não há um justo sobre a terra e não existe uma área humana que não esteja sob a influência do pecado. Por esse motivo, necessitamos de arrependimento. É a vontade de Deus para todos ( 2Pe 3.9).

1.3.     Os agentes provocadores do arrependimento

O arrependimento é condição para restaurar a comunhão com Deus, pois sem comunhão não existe vida em Cristo. Caso as pessoas não creiam em Cristo como seu Salvador, morrerão em seus pecados (Jo 8.24). Mas quem fará esse trabalho? Quem convencerá o mundo dos seus pecados? O Espírito Santo. Só Ele é quem pode convencer os homens de sua miséria. E qual ferramenta Ele utiliza para fazer esta obra? Ele faz isto através da pregação do Evangelho. Aliado à Palavra, ele não somente expõe a culpa nos corações empedernidos, Ele também desperta a mente das pessoas para arrependimento. O mundo se acha justo. Mas, o Espírito Santo vem ensinar ao mundo que as pessoas não podem encontrar a salvação em suas próprias justiças pecaminosas. Por isso, precisam arrepender-se (Jo 16.8).

A Palavra é o meio pelo qual Deus se revela a humanidade. E o Espírito Santo é quem inspirou os homens a escrevê-la. Quando a Palavra é pregada, o Espirito Santo entra em ação, e, juntos, penetram de tal forma na alma humana, que o resultado é nada mais que o reconhecimento de uma vida desgovernada, perdida e que precisa urgentemente de salvação. Jesus foi muito claro ao enviá-Lo a esse mundo. Disse que uma de Suas missões seria convencer o mundo do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8).

2.         O processo do arrependimento

Três coisas importantes estão envolvidas no processo do arrependimento. A convicção acerca das faltas que cometemos ao longo da vida; a contrição produzida pelo arrependimento, a qual nos conduzirá a um sentimento de repulsa a essas faltas; e a confissão, que nos esvaziará e trará conforto diante de Deus.

2.1.     A convicção

O primeiro sintoma que surge no homem que está no processo de arrependimento é a certeza de que algo está errado. Nessa hora, o pecador se sente indefeso, envergonhado e miserável (2Co 7.10). Sua primeira reação é reconhecer que está perdido, e, como resultado da obra do Espírito Santo, ele sente um vazio, sente que algo lhe falta e que, após ouvir a Palavra de Deus, é impelido a confessar suas culpas (1Co 14.24-25). O arrependimento tira do homem todo o pensamento velho, fazendo com que novos e melhores pensamentos tomem conta da sua mente (2Co 5.15-18). Enquanto o sistema do mundo procura tirar pessoas de uma vida de miséria, Cristo, através de Sua Palavra, tira a miséria da vida das pessoas.

            A convicção do pecado não se refere apenas a parte intelectual do homem; ela e' muito mais profunda, porque abrange o homem em todo o seu ser, tornando-o integralmente convencido de que está condenado. Uma pessoa com convicção superficial de seus pecados tende a retornar à velha maneira de viver. Moody escreveu: “Quanto maior a luz que uma pessoa tiver; maior sua responsabilidade, e, por conseguinte maior a sua necessidade de profunda convicção”. A Palavra de Deus e o Espírito Santo nos levam a convicção.

2.2.     A contrição

Segundo o dicionário, a contrição é um sentimento pungente de arrependimento por pecados cometidos e por ofensas a Deus. Menos pelo receio do castigo, mais por amor e gratidão à divindade. Sem esse profundo sentimento de tristeza, não há arrependimento frutífero. No Salmo 51 Davi demonstra que não apenas estava convicto de seu pecado, mas também quebrantado e contrito, (Sl 51.17). “Perto está o Senhor” dos quebrantados e contritos para salvar (Sl 34.18); Uma pessoa arrependida passa a odiar suas antigas práticas e se empenha em reparar os danos que foram causados a outros (2Co 7.10). A verdadeira contrição não sente simplesmente as consequências do ocorrido, mas odeia o realizado.

Existe uma diferença muito grande entre arrependimento e remorso. O remorso jamais age para mudar, ele entristece, revela a falta cometida, mas é só um ressentimento em face ao castigo. Judas e do rei Saul são exemplos de pessoas que sentiram remorsos em vez de arrependimento. O arrependimento genuíno exige contrição e pesar pelas faltas cometidas (At 2.37).

2.3.     A confissão

A convicção acerca dos pecados produzida pela Palavra de Deus e a ação do Espírito Santo, resultará em contrição e conduzirá a confissão. A tendência humana é esconder e cobrir os pecados. Porém, aquele que encobre não prospera (Pv 28.13). A confissão expressa que reconhecemos e admitimos que somos pecadores. Vide a atitude do profeta Isaías (Is 6.5) e dos convertidos em Éfeso (At 19.18).

Uma excelente ilustração do processo do arrependimento frutífero é a parábola contada por Jesus acerca do filho que “partiu para uma terra longínqua” e, posteriormente, “foi para seu pai” (Lc 15.11-32). Convicção, contrição, confissão e mudança (conversão)!

3.         Os frutos do arrependimento

As atitudes que sucedem após o arrependimento determinarão a natureza dele. Tais procedimentos indicarão inicialmente se foi um arrependimento profundo e sincero, ou se foi mera experiência emocional (remorso), que em nada afetou a vida posterior. Enfim, o genuíno arrependimento deve ser caracterizado por bons frutos, caso contrário, tal experiência é imprestável.

3.1.     Abandono das práticas do velho homem

Arrependidos, agora vivemos reconciliados com Deus, e estar aliançado com Deus é manifestar uma atitude diferente de comportamento. Escrevendo aos Efésios, Paulo diz que devemos nos despojar do velho homem. Renovar-nos no espírito de nossa mente, e nos revestir do novo homem, que segundo Deus, é criado em verdadeira justiça e santidade (Ef 4.22). Recebemos uma nova roupagem e devemos abandonar a roupagem antiga. Não podemos colocar a roupa nova por cima da velha. A vida antiga morreu quando nos arrependemos, os arquivos foram queimados e não podemos mais olhar para trás (Cl 3.8-10; Hb 11.13-15).

O arrependimento nos transforma em boas árvores, e, como tal, deveremos dar bons frutos. Agora, após a regeneração, ouvimos, compreendemos e conservamos a Palavra, frutificando em perseverança. Ninguém pode produzir sem estar conectado a Cristo, mas isso envolve disciplina, compromisso e uma compreensão perfeita de nossas responsabilidades diante de Deus (Jo 15.1-5).

3.2.     A novidade de vida

Novidade é algo que muitos desejam e poucos adquirem. É isso que Jesus nos oferece. Algo que ninguém pode dar e que muitos necessitam (Is 61.1). O mundo oferece sempre algo que, com o tempo, perde a graça e se torna obsoleto. Jesus não. O que Ele nos dá nunca sai de moda, nunca perde o valor. Quando estamos em Cristo, somos sempre renovados. Por isso devemos sempre nos comportar como diz a Escritura (Ef 5.8). Tudo o que é de valor deve ser bem cuidado para que seja preservado. Assim é o que recebemos de Deus. Somos a novidade de Deus nessa terra e devemos estar sempre renovando nossa mente (Rm 12.2). Devemos vencer as artimanhas do inimigo, que visam nos fazer voltar à velha Vida.

Não será fácil apresentar a Jesus Cristo como o Salvador da humanidade e de nossas vidas, se ao olharem para nós, observarem que em nada somos diferentes daqueles a quem anunciamos. Jesus disse que somos o sal da terra e a luz do mundo. Isto significa que além de sermos o tempero do mundo, o que faz a diferença e dá sabor; somos ao mesmo tempo a luz para aqueles que andam na escuridão (Mt 5.13-16).

3.3. Diligência

A vida cristã é desafiadora e a permanência nela é uma questão de sobrevivência espiritual, onde nossas escolhas, com a ajuda do Espírito Santo, determinarão nosso crescimento (Dt 30.19). Devemos sempre nos perguntar: Estou perseverando na fé? Minha conduta demonstra um cristianismo aprovado, dúbio ou reprovado? O que estou fazendo para melhorar meu relacionamento com Deus, com meus parentes e com os irmãos em Cristo? Qual tem sido o meu interesse pelas Escrituras, EBD, cultos e pela comunhão com os irmãos? Estou contribuindo com os meus dons e talentos, ou os enterrei por algum motivo? A Bíblia nos alerta a sempre nos apresentarmos aprovados diante de Deus e com afinidade na Palavra de Deus (2Tm 2.15).

Segundo o Aurélio, diligente é uma pessoa ativa; zelosa; aplicada. A diligência é resultado da profunda convicção gerada pela Palavra de Deus e ação do Espirito Santo mencionada no tópico 2.1. Assim, a pessoa está plenamente consciente que precisa estar em Cristo (Jo 15.5) e andar no Espirito (Gl 5.16, 25), para não mais viver segundo a natureza pecaminosa. A diligência aponta para um viver não acomodado e passivo, mas em constante renovação (Rm 12.1-2).

Conclusão

O Senhor Jesus foi claro que os Seus discípulos devem pregar “o arrependimento e a remissão de pecados” (Lc 24.47). O teólogo alemão Dietrich Bonhoeffer denominou de “graça barata” a mensagem de salvação destituída de arrependimento. Que Evangelho estamos pregando?

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Editora Betel 4º Trimestre de 2017, ano 27 nº 105 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Jovens e Adultos – Professor – Doutrinas Fundamentais da Igreja de Cristo – Bispo Abner de Cássio Ferreira.

Sociedade Bíblica do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e Corrigida.

Sociedade Bíblica do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada.

Editora Vida – 2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso Eronildes Fernandes.

Editora Vida – 2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.

Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.

Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.

Editora Vida – 2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.

Editora Central Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia – Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit. 


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