top of page

Lição 02 - Pecado: uma realidade humana

  • Foto do escritor: Escola Bíblica
    Escola Bíblica
  • 7 de dez. de 2017
  • 9 min de leitura

4º Trimestre de 2017 - 08 de Outubro de 2017 – Editora BETEL


TEXTO ÁUREO

“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.” Rm 3.23

VERDADE APLICADA

A realidade do pecado na vida humana e a providência de Deus devem sempre estar presentes em nossa mente.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

● Mostrar alguns problemas causados pela essência do pecado na vida humana;

● Apontar as principais consequências do pecado;

● Apresentar a necessidade de um libertador, de arrepender-se e de congregar.

GLOSSÁRIO

Longânimo: Que tem grandeza de espírito e pratica a generosidade;

Suscetível: Facilmente influenciável; capaz de adquirir outras características;

Transcender: Ser superior a; ir além de.

LEITURAS COMPLEMENTARES

Segunda: Terça:                        Quarta:

Sl 42.7                       Dn 12.2                     Mt 18.23-34

Quinta: Sexta:                       Sábado:

Jo 14.6                      Rm 7.18                    Ef 1.7

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Rm 1.28 – E, como eles se não importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm;

Rm 1.29 – Estando cheios de toda iniquidade, prostituição, malícia, avareza, maldade, cheios de inveja, homicídio, contenta, engano, malignidade;

Rm 1.30 – Sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e às mães;

Rm 1.31 – Néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia.

MOTIVOS DE ORAÇÃO

Ore para que o amor de Deus possa impactar o coração de seus familiares.

Introdução

O homem foi criado para relacionar-se com Deus. Porém, o pecado ocasionou a separação do homem da comunhão com Deus, trazendo condenação eterna. Apenas Jesus é quem pode livrar o homem desse mal (Lc 19.10).


1.1. Falha para com o propósito divino

Deus é um Ser com propósitos para Sua criação, e de maneira resumida podemos afirmar que o homem foi criado para o louvor da Sua glória (Ef 1.5-6). Porém, o pecado na vida do homem desviou-lhe dos propósitos divinos, deixando-o totalmente aquém do projeto original (Dn 9.5). Por isso, a Septuaginta (a mais antiga tradução em grego do texto hebreu do Antigo Testamento) e o Novo Testamento grego se utilizam da palavra “hamartia”, que significa “errar o alvo”. Quer dizer, falhar para com o propósito original. Isso significa que o homem está errado para com Deus. O grande obstáculo é como encontrar esse caminho de retorno a Deus, pois o pecado passou a afetar o homem na sua inteligência e percepção(Jo 14.6).

O grande problema da humanidade é o pecado que habita dentro do ser humano. Os sofrimentos, doenças, maldições e morte são consequências da entrada do pecado no mundo (Rm 5.12). O homem sem Deus é literalmente um morto que caminha entre os vivos. A Bíblia menciona a condição de “mortos em ofensas e pecados” (Ef 2.1, 5). Espiritualmente falando, uma pessoa não precisa estar sepultada para estar morta, basta estar desligada de Deus. Essa é a terrível consequência do pecado.

1.2.     Insensatez

O homem foi criado para viver segundo a vontade e as leis morais de Deus; isso é acertar o alvo. Entretanto, o ser humano em seu egoísmo se recusa a viver assim. O pecado, pois, consiste numa insensatez, visto que alterou a forma de pensar, de sentir, e de agir do homem. Há muitas palavras que definem o pecado, tanto no hebraico quanto no grego, pois, embora o pecado se manifeste de várias maneiras, ele não passa de uma inconformidade do homem quanto à vontade de Deus e às Suas leis morais (Pv 10.23). O pecado é, portanto, uma insensatez, uma tolice, uma loucura (Ec 7.25).

Toda a raça humana herdou de Adão a natureza pecaminosa (Rm 7.18, 21-23). Essa natureza domina o ser humano de uma forma tirana. Mesmo sabendo o que é correto, o homem é impulsionado por essa natureza a fazer o que é incorreto. Somos por natureza escravos do pecado, e isto está visível em todos, em todas as eras e em todos os lugares por onde vamos (Jo 8.34).

1.3.     Dívida para com Deus

Não raro ouvimos que o pecado é algo que desagrada a Deus, e desagradá-Lo significa estar fora tanto de Seus projetos, quanto de Suas bênçãos. O pecado é uma dívida, uma ofensa, por isso, é mais que um desagrado, é uma ofensa direta ao padrão moral e santo de Deus (Rm 5.16, 20). Os nossos relacionamentos comuns são baseados em créditos e débitos, logo, quando ofendemos alguém contraímos uma dívida para com aquela pessoa e com quem a criou, Deus. Encontramos várias demonstrações nas Escrituras sobre o pecado como dívida: na oração dominical, nas parábolas de Jesus e nos termos paulinos, como redenção e remissão (Mt 6.12; 18.23-34; Ef 1.7).

Vale a pena enfatizar a impossibilidade do ser humano de resolver o problema do pecado (Jr 2.22; 13.23; Pv 20.9). Há uma tendência humana para desviar-se do propósito de Deus. Todos herdamos uma natureza pecaminosa (1Jo 1.8-10; Sl 51.5).

2.         As consequências do pecado

O pecado é nocivo, e traz dores e consequências destrutivas para toda a humanidade. É como um vírus letal que contagia internamente e se expande por onde passa. Dentre as mais diversas consequências, destacaremos três:

2.1.     A perda da comunhão

Segundo John Piper, o pecado afugenta a glória de Deus das nossas vidas. Ele afirma que todo pecado é um desprezo a Deus, antes mesmo de ser um dano ao homem. O pecado é a preferência pelos prazeres passageiros do mundo ao invés da alegria perpétua do companheirismo de Deus (Rm 3.23). O que significa ter perdido a comunhão com Deus? Categoricamente, se o pecado gerou a morte para o homem desconectado de Deus, podemos afirmar que a comunhão é a vida da alma (Cl 2.13). Enquanto o pecado tende a nos afastar a cada instante de uma vida plena, de paz e de progressivas conquistas, a comunhão com Deus nos encaminhará a uma experiência diária, motivadora e contagiante.

O homem natural vive longe da comunhão com Deus. Essa perda ocorreu desde quando o primeiro homem pecou (Rm 5.12). Apesar da perda real da comunhão com Deus, isso não significa que o homem deva permanecer assim. O homem necessariamente se relaciona com o mundo físico e social. Todavia, a única coisa que o impede de um total relacionamento com Deus é o pecado, pois ocasiona a perda da comunhão.

2.2.     O vazio existencial

            Jesus disse: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.” (Mt 11.28). Esse é o perfil da humanidade sem Deus: “cansados e oprimidos”. Mesmo com todo o sucesso e conquista que o ser humano possa alcançar, haverá sempre um vazio na alma daquele que ainda não está em comunhão com Deus. Como disse Agostinho: “Fizeste-nos para ti e inquieto está nosso coração, enquanto não repousa em ti”. Jesus Cristo é o único que pode preencher esse vazio, trazer descanso para a alma e fazer o homem retornar a Deus (Mt 11.28.29).

O pecado do homem é a causa do vazio em sua alma. Ao ser banido de sua condição original, o homem perdeu a comunhão com Deus, daí o vazio de sua alma. O único caminho para preencher esse vazio é reconhecer a necessidade de Deus e buscá-Lo, a fim de que Ele, através da pessoa de Cristo, faça morada e preencha de vez esse vazio (Ap 3.20).

2.3.     A morte

A morte é consequência irrefutável do pecado. O apóstolo Paulo diz que ela é o prêmio, a recompensa de uma vida de pecado (Rm 6.23). A morte traz consigo uma ideia de separação. Como disse Platão: “A morte é a separação da alma do corpo”. Enganado pela serpente, o homem desconsiderou a seriedade da advertência divina e assim desobedeceu. Evidentemente, o homem não caiu fulminado quando desobedeceu, mas o pecado desencadeou o processo de separação espiritual de Deus. Uma consequência inevitável do pecado é a perda da comunhão com Deus. O salário do qual Paulo nos alerta será acrescido no dia da prestação de contas, quando os pecadores irão se deparar com o lago de fogo, e, finalmente, a morte eterna (Ap 20.14-15).

Do ponto de vista biológico, a morte é algo comum, faz parte da vida. Há culturas que reverenciam e prestam culto à morte. Nós, cristãos, não nos desesperamos em relação à morte, apenas nos preparamos em vida para o porvir com grande esperança. Nossos pecados foram perdoados em Jesus Cristo e a morte “é partir e estar com Cristo” (Fp 1.21, 23; 1Ts 4.13).

3.         Como libertar-se do pecado

Fomos criados para louvor e glória de Deus. Porém, após a queda, o ser humano tornou-se escravo do pecado. Notar a advertência de Deus para Caim: “o pecado quer te dominar” (Gn 4.7); e a observação quanto à situação da humanidade (Gn 6.5). Por isso, a mensagem de libertação anunciada por Jesus Cristo (Jo 8.32-36).

3.1.     A necessidade de um libertador

O pecado vai além da dívida e ofensa ao Criador. O pecado tornou-se um mau senhor do homem, escravizando-o e maltratando-o. O próprio corpo do homem tornou-se um instrumento para o seu serviço, por isso, Paulo o chama de “corpo do pecado” (Rm 6.6). O homem necessita de um libertador que venha destruir o domínio do pecado e apagar todas as ofensas. Este libertador é Jesus Cristo, aquele que morreu e ressuscitou (Rm 5.15). Uma vez crendo de todo o coração que Jesus Cristo morreu e ressuscitou dentre os mortos, e isso confessado sinceramente com a boca, o pecador alcança a salvação (Rm 10.9).

Segundo John Stott, devemos considerar a “internalidade” do pecado. Mais do que uma atitude ou hábito visível, o pecado revela uma profunda e arraigada corrupção em nosso interior. Na verdade, os pecados que cometemos são manifestações exteriores e visíveis de uma enfermidade interior e invisível, são os sintomas de uma doença moral (Jo 8.34). Explicando 1 Coríntios 12.3, F. F. Bruce afirma que ninguém pode fazer a confissão com os seus lábios de que Jesus Cristo é Senhor, senão “no Espírito Santo”. O apóstolo Paulo em sua carta aos Filipenses 2.11 diz: “E toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai”.

3.2.     A necessidade de arrependimento

Simultaneamente, ao reconhecer a Jesus Cristo, o pecador deve arrepender-se de seus pecados (At 19.18; Rm 10.10). A salvação é impossível sem o arrependimento das obras mortas. O próprio Senhor Jesus pregou acerca do arrependimento em Seu ministério. Arrependimento significa mudança de pensamento, sentimento e atitudes. O verdadeiro arrependimento ocorre como resposta humana ao anúncio da Palavra de Deus e da ação do Espírito Santo (At 2.37-38; Jo 16.9).

O arrependimento é uma das doutrinas fundamentais, pois é condição para perdão dos pecados, conforme registrado em Atos 2.38 e 3.19. Reconhecer a necessidade de Jesus Cristo e arrepender-se dos pecados é o início de uma caminhada eterna. Esse novo caminho exigirá um novo aprendizado, o qual chamamos de discipulado. Por isso, o neófito precisará de muita ajuda, e nós, como membros do Corpo de Cristo, devemos agregar esse novo crente e dar-lhe toda a ajuda necessária para que, mais adiante, se firme e repasse para outros o que aprendeu (2Tm 2.2).

3.3. A necessidade de andar em Espírito

Enquanto estivermos neste mundo, teremos que lidar com a inclinação da natureza humana, ainda presente em nosso dia a dia. Fomos libertos do poder do pecado. Com o novo nascimento, não somos mais escravos do pecado. Porém, ainda existe a possibilidade de pecar. Por isso, as recomendações bíblicas em Gálatas 5.16 e Colossenses 3.5. Ainda estamos sujeitos às tentações. É necessária constante vigilância e oração.

O escritor aos Hebreus enfatiza a importância de deixar “todo embaraço e o pecado que tão de perto nos rodeia” e resistir “combatendo contra o pecado” (Hb 12.1, 4). É possível vencer, pois Jesus Cristo nos libertou e temos os recursos necessários (oração, Palavra de Deus, Espírito Santo) para vigiar e resistir. Segundo Donald Guthrie, para se ter uma vida cristã saudável é muito importante que olhemos para o exemplo de Jesus Cristo e que atentemos para a Sua disciplina (Hb 12.1-20). Vale a pena ressaltar que a disciplina do Senhor Jesus Cristo nos ajuda a não pecar, pois ela é essencial para a vida cristã e nos auxilia, de modo bastante prático, a evitar a inconsistência moral.

Conclusão

Quanto maior for a compreensão da doutrina do pecado, maior será a nossa compreensão da obra redentora de Jesus Cristo. Mais conscientes estaremos da nossa completa dependência da graça de Deus para a nossa reconciliação com o Senhor. Seja o nosso sincero desejo: “não nos induzas à tentação” (Mt 6.13).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Editora Betel 4º Trimestre de 2017, ano 27 nº 105 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Jovens e Adultos – Professor – Doutrinas Fundamentais da Igreja de Cristo – Bispo Abner de Cássio Ferreira.

Sociedade Bíblica do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e Corrigida.

Sociedade Bíblica do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada.

Editora Vida – 2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso Eronildes Fernandes.

Editora Vida – 2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.

Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.

Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.

Editora Vida – 2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.

Editora Central Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia – Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.




Comentarios


© 2023 por NÔMADE NA ESTRADA. Orgulhosamente criado com Wix.com

  • b-facebook
  • Twitter Round
  • Instagram Black Round
bottom of page